quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Virando a página (ou Do clichê do ano novo)

Na literatura, a cada frase que lemos, uma novidade pode se apresentar. Quando viramos a página de um livro, então, as surpresas são muitas. No outono, as folhas caem e, na primavera, as flores desabrocham. Passamos a vida virando páginas, as folhas caindo e as flores se abrindo. É o tal ciclo natural, os anos se repetem, as estações do ano se repetem e, para não ficarmos pra trás, fazemos nossos ciclos também. Não se trata de deixarmos tudo pra trás, mas de aprendermos com cada experiência que precisamos ser menos egoístas, que precisamos olhar o próximo, o outro como parte da mesma engrenagem que a gente. Não, não é fácil ser menos egoísta, não é algo que conseguimos com um toque de mágica. Mas é um exercício contínuo. Cair, levantar. O passado é passado, mas nem por isso deve ser esquecido, deve ser lembrado como aprendizado, pois mesmo que um momento não tenha sido bom, foi uma chance de aprender. Virar a página não é dizer que nada valeu à pena, é conseguir seguir adiante, apesar das horas difíceis – que sempre existirão! Virar a página é conseguir vivenciar novas possibilidades sem desprezar o passado, mas olhando para o futuro. É eliminar sentimentos ruins que nos consomem. Virar a página é fazer a vida continuar em direção à felicidade – essa luta diária que travamos...

Feliz 2015!

domingo, 23 de novembro de 2014

Time goes by

And time goes by
Every minute wasted is a time of lies
No one can know what it feels like
To be you
No one can understand your feelings
Because they aren’t even clear for yourself
Life’s such a mess
And all we have is time for regrets
For all we did
For all we haven’t done
Because we think there will be a right time
And we forget the time we live now
And time goes by

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Confusão que destrói

Sou eu mesmo o fruto do meu egoísmo, tendo me convertido nesses olhos que só se voltam para o umbigo próprio? Não sei o caminho certo que a vida toma, não sei quantas lágrimas minhas ou alheias preciso derrubar ao longo da vida para perceber que cometi tantos erros e que desisti fácil demais de alguns sonhos. Minha irresponsabilidade com tantos sentimentos me faz perder a mão da direção. Mas a direção talvez nem seja minha de fato, e então preciso esperar uma iluminação divina para me conduzir no caminho correto, pois só Deus poderá me mostrar o que eu não consigo ver e me esclarecer sobre o que não consigo me entender. Fracassado que fui em uma missão, serei um soldado condenado ao exílio e à solidão. O mundo continua girando e o meu coração continua batendo, embora não tenha mais ritmo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Perdido

O que não posso fazer,
Não posso revelar.
O que eu não sei como viver,
Não sei como sorrir.
Não há caminho pro desconhecido:
Perder-se não é viver.

Despedida

O que a morte leva
Não é a alma,
Que fica viva na memória.
A morte leva a pele,
Que nunca mais será tocada.
Leva a gargalhada,
Que não será mais alegria.
Leva o olhar,
Que nunca mais terá direção.
Mas nunca leva a alma,
Imortalizada em cada um que fica.

(A Vera Lucia Claro, In Memoriam)

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Proteção

Tomando sol no rosto,
Sentindo a lágrima escorrer.
Cada anjo em seu posto
Tentando me proteger.
Cruzei mil demônios,      
Mas com guardiões vou vencer.
Com o sol me iluminando,
Ciclope, forjo as armas da vitória.
Vencerei com a proteção de 
Deus.
Amém!


quarta-feira, 4 de junho de 2014

A janelinha e o espelho

Quando nos damos conta da janelinha na nossa vida? E do espelho?

A janelinha existe. Ela é a forma como nós vemos o mundo como um todo, olhando ao redor, vendo diferenças, paisagens, mas tristezas também, infelizmente. A janelinha é o modo de vermos além de nós mesmos, a forma de termos a percepção do coletivo.
O espelho existe também. Mas, ao contrário da janelinha, ele é a forma como nos vemos a nós mesmos, já que quando olhamos nele, vemos nossa própria imagem, nada além disso. Pelo espelho temos a percepção apenas do individual, do eu no seu maior egoísmo.
Às vezes, quando estamos com uma pessoa que se parece muito conosco, temos a impressão de estarmos nos olhando nesse espelho, já que não vemos uma pessoa muito diferente de nós mesmos, embora ninguém seja igual a ninguém.
Quando nos encontramos com alguém diferente , seja em que âmbito for essa diferença, então estamos diante da janelinha, e temos a possibilidade de ver o novo, o diferente, tudo aquilo que diz respeito ao que não controlamos, vemos aquilo que existe e, como apenas observadores dessa janelinha, temos de tentar entender e aceitar as diferenças, não julgar nem repreender, porque, do mesmo modo como nós, os outros também têm sua janelinha e seu espelho, e assim como alguém pode parecer-nos "diferente", é importante lembrar que também fazemos parte da janelinha de alguém, que também pode nos julgar pela nossa "diferença", e, convenhamos, ser julgado por não ser igual não é uma situação nada interessante.
O que acontece, muitas vezes, é que nos recusamos a abrir nossa janelinha e a enxergar o próximo, tornando-nos narcisistas e egoístas, como se andássemos com o espelho pendurado em nossa frente o tempo todo. Isso é ruim. Vivemos em grupo, somos coletivos, e a arrogância e o egoísmo que tomam conta das pessoas às vezes mostram não apenas uma falta de evolução, mas também uma regressão.
É uma pena ainda existirem pessoas que só saibam olhar no espelho, que só tenham olhos para si.
Pense, reflita.
Você já abriu sua janelinha hoje?

(Escrevi este texto em 2006)

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Nem sempre

Nem sempre eu quero salvar o dia,
Cantar na noite, ou dormir à tarde.
Às vezes, só quero olhar pra frente
E não ser responsável por nada,
Nem pelo sol, nem pela lua.
Às vezes, me dou o direito ao egoísmo
E ao esquecimento.
Às vezes, só quero que o mundo continue...

terça-feira, 13 de maio de 2014

Quebra-cabeça

Há uma falta de mim,
Um excesso de mim,
Um alguma-coisa-que-não-sei-o-que.
E eu vivo sem saber.
Respiro sem perceber.
Eu ando e não vejo o amanhecer,
Não dá tempo, nem se eu correr.
Porque o sonho é intenso,
Não me deixa levantar
Nem a cabeça.
O mundo é imenso
E não consigo alcançar
Nem encaixar nenhuma peça
Do quebra-cabeça
Desse olhar pro nada
Que sai de mim,
Que sobra, que falta.
O dia não se resolve
Nem no fim.

domingo, 4 de maio de 2014

Abri os olhos pra vida

Quando eu não pensava mais na vida
Quando eu não sabia mais para onde sorrir
De repente, eu abri os olhos
E a lua me disse um oi
O sol me abraçou
E eu te encontrei
Na lua
No sol
E no meu sorriso
Não sei mais de nada
Talvez eu te ame
E seja por isso

quinta-feira, 20 de março de 2014

Sorriso forçado

O cinza é a desnudez do dia. Sem maquiagem, desacorrenta as águas das nuvens. O azul e o brilho usual são um disfarce, um sorriso forçado que insiste na vida. A chuva vinda das nuvens cinzas, por sua vez, é o tormento, a tormenta, o choro engasgado: "não aguento mais", desabafa.

terça-feira, 18 de março de 2014

Não sabia de nada

Havia lábio a me olhar
Havia céu a me chover
Havia amor a me sorrir
E eu nem sabia
De nada adiantava
Que eu não te percebia
Que eu não me tocava
Nem a música eu notei
Você cantando e me dizendo
"Eu sempre te amei"

quarta-feira, 12 de março de 2014

Vida triste

Eu sei da tristeza
que assola a vida
até da realeza.
Eu vivi o sofrimento
de um dia perder
tudo num só momento.
Eu ouvi a decepção
no murmúrio íntimo da vida
que brotou neste coração.
Sem mais sorrir de verdade,
a vida triste me invade:
a morte me leva
e deixo ao mundo a saudade.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

História sem fim

Não quero roubar nenhuma vida, nenhum destino, nenhum coração. Quero dividir um sorriso um pouco, quero a luz de uns olhos iluminando meu dia, o calor de um beijo me provocando arrepio. Quero abraçar de repente, apertar sem fim. Quero que o você continue o você, pra eu continuar desejando, continuar sentindo saudade e ligar pra dizer que é especial. Não quero uma história com final feliz, simplesmente porque não quero uma história com fim, mas uma com começo e um eterno desenrolar de paixão, de conquista e de amor.

Farofa da vida

A vida como farofa: uma mistura de emoções, sentimentos, estados de espírito. Solidão no meio de tanta gente, plenitude com uma pessoa só. Gente diferente pensando diferente, amores não correspondidos, adeus não ditos e uma infinitude de sonhos, de vontades.

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