segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mar de amor dentro de mim

Tudo que me disseres não será verdade até que me proves acontecer. Não verás meu sorriso até que me faças acreditar que o que dizes é realmente merecedor de tal gesto, de tal sentimento - sim, ao sorrir para meu amante, não é porque acho engraçado seu comportamento, mas é porque algo nele me tocou, me arrepiou e me fez querer, desejar e esperar um beijo apaixonado. Tudo que fizeres será recompensado - ainda que com um sorriso. Mas de nada vale tanto esforço teu em me conquistar se não tiveres contigo uma intenção pura e verdadeira, um sentimento maior que o egoísmo que te consome. De nada vale tua recompensa se, depois de tê-la conquistado, esquecer-te de quem sou, de quem me prometeras ser e do amor eterno que estaria por vir, pois nada serei diante de um amor insustentável, fraco, mentiroso e que sucumbe na primeira tormenta. Existe um mar de amor dentro de mim esperando por ti, meu navegador, que podes conhecer tão bem minhas águas, minhas tempestades, que sabes navegar com tua bússola até encontrar a calmaria. Eu sou explosão, e só um navegante de pulso firme, só um amante decidido, como tu te apresentas, poderá conter toda essa fúria marítima que se apresenta em minha alma. Serás tu quem fará resplandecer o sol no horizonte, aquele que trará calma ao meu mar no encontro com o sol, lá no limite? Preciso que entres sem bater, que te aconchegues no meu canto, invadindo tudo como se fosse teu. Preciso desse ímpeto, dessa ousadia tua. Preciso que me digas que és tu que mandas, és tu que ditas as regras, devendo eu me ajoelhar como um submisso apaixonado, envolto de tanto amor quanto tu me darás. Ajoelhado ficarei diante de ti; mas, antes disso tudo, terás que me conquistar e mostrar-me que és tu o merecedor deste imenso coração.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Se eu pudesse...

Se eu pudesse, jogaria tudo fora. Atiraria tudo pela janela, pela porta, jogaria no lixo.
Se eu pudesse, não deixaria isso se repetir todos os dias, fugiria dessa rotina horrorosa, dessa (des)esperança de um amanhã lindo... Quanta bobagem acreditar em contos de fadas...
Se eu pudesse, perguntaria pra Deus o porquê dos humanos insistirem nas ilusões de que tudo está bem, ou de que tudo terminará bem. Quem garante isso?
Se eu pudesse, daria um tapa na cara daquele babaca que um dia me disse desaforos na escola, que me deixou pra baixo e me fez ser triste, ainda que por um momento.
Se eu pudesse, socaria aqueles idiotas que gritam tanta mentira na televisão.
Se eu pudesse, pegaria todo o dinheiro que se junta nas poupanças, nos colchões, nas igrejas, nas esquinas dos semáforos, no caixa 2 que existe por aí, e daria tudo pros pobres.
Se eu pudesse, pegaria todo ouro que há nas igrejas do Vaticano e venderia pra fazer a campanha da fraternidade de 2011.
Se eu pudesse, nasceria de novo para não acreditar no que acredito, ou para acreditar no que não acredito.
Se eu pudesse, mas há algo maior que eu, há algo que me impede...
Se eu pudesse, não haveria essa condicional, não seria subjuntivo: eu posso, no indicativo...
Se eu pudesse, mas não posso fazer tudo!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Eu não quero voltar sozinho

Eu não quero voltar sozinho é um curta-metragem de Daniel Ribeiro. Rodado em 2010, o curta mostra a mudança na vida de um adolescente cego, Leonardo, após a chegada de um novo aluno, Gabriel, em sua escola. A mudança ocorre porque ele tem que lidar com um novo sentimento - a paixão -, e com o ciúme de Giovana, sua amiga e sempre companheira.
O filme é de uma sensibilidade grande, pois envolve a adolescência, homossexualidade, deficiência visual, tudo ao mesmo tempo. Não é nenhum dramalhão, é algo bem light, mas transmite uma esperança de vitória em meio a tantos preconceitos e dificuldades que a vida pode nos apresentar. O preconceito tem, em si mesmo, toda uma dificuldade, uma segregação, um ambiente hostil por ele proporcionado, mas como o curta é uma ficção, às vezes tudo são flores...
O amor na adolescência é tão lindo, é uma paixão louca, intensa. Depois da adolescência o amor intenso ainda existe, claro, mas nessa fase de descobertas há um ineditismo em experimentar sentimentos, há uma vontade de se encontrar em outra pessoa, de ir e de não querer voltar sozinho...
Na falta da visão, ainda temos o olfato. Na falta da visão, ainda temos o tato. Na falta de algum sentido, ainda há um sentimento para ser vivido... No fim, um olho que não enxerga, mas um olhar apaixonado, vivo e cheio de esperança.



Eu não quero voltar sozinho


> informações e ficha técnica: http://www.lacunafilmes.com.br/sozinho/docs/Info-EuNaoQueroVoltarSozinho.pdf 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Na beira do rio

Na beira do rio Paraná. É onde passei meu aniversário de 26 anos, no último domingo, dia 9/1. Fomos eu e minha adorada prima Paty.
A cidade é Panorama, que fica na divisa de SP com MS. Lá tem um balneário e uma prainha na beira do rio. Muito gostoso, bom pra relaxar, tomar uma cerveja, comer umas porções nos bares que tem na beira do rio e não pensar em nada mais...
Algumas coisas engraçadas - como sempre - aconteceram: eu, no segundo dia lá, perdi meus óculos de sol no rio. Pois é, podem me chamar de mané, mas ele estava seguro em meu rosto até eu resolver enfiar a cara na água! rs Quando eu me levantei e dei conta que não estava mais com ele, minha prima me olhou e começou a rir; eu fiz cara de paisagem, fiquei passado, e depois ri, com muita raiva,claro... Afinal, disse que quem o encontrasse que fizesse bom proveito. Mas por que eu disse isso??? Mais tarde um pouco, eis que vejo meus estimados óculos enfeitando o rosto de uma feiosa lá. Eu cerquei, olhei, cheguei perto e puxei papo: Moça, você não achou esses óculos aqui não, né?! É que perdi os meus, e são iguais a esses. Não, eu nem sou daqui, sou de Dracena, e este está riscado. Ok, obrigado.
Poxa, gente. O que tem a ver ela ser de outra cidade com ter achado os meus óculos naquele rio? Nada, era migué... Eu também não era de lá... Ela deu um truque básico. Como eu não podia provar que exatamente aquele eram meus óculos, saí de mansinho, com muita raiva. Ok, já passou, até comprei outro essa semana!
Outro bafão, da minha prima, uma pérola, na verdade: Estamos lá no rio, curtindo a água e a Paty me solta: não vamos mais pra frente, não, se não eu me afogo na enxurrada! Gente, riam comigo... Eu lhe respondi: Prima, enxurrada é na chuva, aqui no rio é correnteza rsrsrsrs foi hilário, gente... rsrs
Na noite de sábado, lá no balneário, um grupo de amigos alugou um quiosque, ligaram o som mega potente do carro e se divertiram. A certa altura, eu e a Paty nos sentamos num banquinho em frente a esse quiosque, e eis que dois caras vem em nossa direção, nos chamando para nos juntarmos à turma. Recusamos, e eles insistiram. Aceitamos e fomos até lá. Não tinha nada, só o som. Nada de bebida. A não ser uma garrafa PET com gasolina. Sim, eles beberam gasolina! Até fizeram graça: um deles colocava gasosa na boca e depois cuspia no fogo, fazendo chama, como pirofagia, sei lá. Segurança? Zero. Senti um quente perto de mim e fiquei meio com medo de ser queimado vivo!!!
Um deles, até bonitinho e malhadinho, queria o corpinho da minha prima, mas ele estava sujo, fedido a gasosa - inclusive no bafo - e foi logo despachado...
Foi um fim de semana bem bom, sem preocupações. Mas o lugar é só pra um fim de semana mesmo, porque o balneário é a única coisa que se tem pra fazer naquela cidade. De resto, é mortinha.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Vampiromania

Bom, vou falar um pouquinho - bem pouquinho - sobre filmes de vampiro, já que estão na moda há algum tempo (que moda longa, não?! achei que moda durasse apenas 1 temporada hahahaha).
Para começar, vou colocar de um lado Crepúsculo e de outro lado Entevista com o Vampiro junto com as séries de TV True Blood e Diários do Vampiro.
 Em Entrevista com o Vampiro, Lestat transforma Louis em vampiro. Como seu criador, ensina-o a sobreviver, a viver como vampiro, seduzindo pessoas, sugando o sangue delas e matando-as. Entretanto, Louis, ainda com algo de sua alma humana, com sua piedade incondizente com sua nova natureza, prefere alimentar-se de ratos a matar humanos. Notamos a presença dessa dualidade humano X vampiro, esse paradoxo do ser vampiro e não ser humano X ser humano e não ser vampiro. O filme se passa como uma entrevista mesmo, em que Louis vai descrevendo como tornou-se vampiro e como fora sua vida desde então ao lado de Lestat. Ele não envolve nenhum amor entre vampiros e humanos. Há, isso sim, a presença de uma cena marcante em que Lestat seduz duas mulheres, suga-lhes o sangue e as mata, tudo envolto em muita sensualidade e indicando sexo no ar. Nesse momento, Louis tem uma crise de identidade vampiresca e não consegue consumir suas presas, duas lindas mulheres.

Em True Blood há o mesmo dilema: Bill Compton, um vampiro sedutor, apaixona-se por uma humana - descobre-se, mais tarde, que Sookie Stackhouse não é uma simples huamana, ela é uma fada! - e vive em uma luta intensa e tensa contra os outros vampiros caçados de sangue, caçadores de poder, que brigam, disputam os territórios dos EUA. Nessa série há algo de novo: a criação de um sangue sintético, o Tru Blood, invenção japonesa capaz de tornar possível a convivência entre humanos e vampiros, uma vez que os vampiros teriam outra fonte de consumir seu alimento - o sangue! Uma outra novidade na série é sobre as discussões políticas que envolvem a convivência entre humanos e vampiros: deveriam os vampiros passarem a ter direitos como os humanos?
A série mostra essa discussão tanto como ocorre na TV dos EUA, como os bastidores dos grupos 'a favor' e 'contra'. Fica evidente, ainda, a questão de outro tipo de discriminação: a racial, sempre apresentada pela personagem Tara Thornton, uma garçonete negra que consegue levantar a questão de que a escravidão já acabou, colocando-se, por vezes, como vítima de sua origem africana, não aceitando submissão de forma alguma. True Blood mostra os vampiros como eles são: sugadores de sangue, assassinos, sedutores, sensuais e muito sexualmente ativos.


Já Diários do Vampiro é outra série norte-americana que, como a anterior, trata da dualidade entre os vampiros e os humanos, tendo como mediadora a presença das bruxas, que podem controlar, até certo ponto, os vampiros. Em Diários, Elena Gilbert fica envolvida em um triângulo amoroso com os irmãos vampiros Damon e Stefan Salvatore que, depois de anos, voltam a viver na cidade de Mystic Falls, cheia de tradições e grupos de famílias fundadoras que escondem segredos de extrema importância, que só se revelam ao longo da trama. Aqui, assim como em True Blood e em Entrevista com o Vampiro, há um vampiro que nega sua natureza assassina e prefere caçar pequenos animais para se alimentar. Só que uma hora essa dieta vai pesar, pois ele estará fraco para enfrentar os desafios que surgirão em seu caminho. De um modo geral, nesta série há até algum toque de sedução, algumas mortes e alguns vampiros atacando, mas bem menos que True Blood, e sem praticamente nenhuma cena sensual ou indicando uma relação sexual.

As duas séries, True Blood e Diários do Vampiro tem algo a mais em comum do que apenas a dualidade vampiro X humano, como podemos notar: o amor shakespeareno entre humanos e vampiros, remetendo-nos à célebre tragédia de Romeu e Julieta, jovens de famílias rivais que se apaixonam - e, no fim, morrem por amor (por isso uma tragédia!).

 Por sua vez, Crepúsculo e suas sequências são filmes que apresentam um personagem principal, Edward Cullen, um vampiro bonito, que fala manso e que, assim como nas séries acima, não consome sangue humano, alimentando-se de pequenos animais. Aliás, toda sua família vampiresca é "da paz". Edward também mantém um romance com uma humana, a adolescente Bella Swan. Eles vivem uma tensão entre beijar ou não, transar ou não, porque ela não é vampira e ele tem medo de machucá-la. Uma diferença bem marcante nesta série de filmes é que Bella é muito fogosa, inconsequente, louca para o primeiro beijo, para a primeira vez, enquanto Edward a segura, ele é quem diz "não, só depois do casamento". É um filme em que quase não há mortes, a sedução fica por conta de um lobisomem, Jacob Black, embora não seja tão evidente.
Na minha opinião, a série Crepúsculo é a pior de todas as anteriores, porque mostra um vampiro com uma tensão muito pequena, não tem praticamente nada de sensualidade, quase nada de morte, quase zero de vampiro sugando sangue e um absurdo de um vampiro que resiste a uma humana, cuja primeira vez só aceitará após o casamento - até o primeiro beijo demora para acontecer (acho que no segundo filme).

Essa desconstrução das características de grande peso nos personagens vampiros por parte da série Crepúsculo deve-se, talvez, ao fato da autora dos livros que deram origem aos filmes ser mórmon, pregando a virgindade antes do casamento. Dessa forma, eu consigo entender o porquê de Edward ser um vampiro tão fraco, descaracterizando tudo que se conhece sobre vampiros até então. Crepúsculo é tudo o que um vampiro não quer viver: a virgindade eterna! Seguindo esse mesmo pensamento, a série True Blood é a melhor para mim: a de maior erotização, de mais envolvimentos sexuais, homo e hétero, diga-se de passagem. Vampiro deve ser isso: um sugador de sangue, um assassino, um ser que adora sexo por natureza! O resto, isso é invenção que não tem nada a ver...

Curiosidades:
-Entrevista com o Vampiro tem como atores: Tom Cruise, Brad Pitt, Antonio Banderas, Kirsten Dunst. Filme baseado no livro de Anne Rice.
-True Blood tem como atriz principal Anna Paquim, vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante quando era criança, por sua participação em O pianista. Série inspirada nos livros de Charlaine Harris, e vencedora de Globo de Ouro como melhor série dramática e como melhor atriz dramática por Anna Paquim.
-Diários do Vampiro é uma série inspirada nos livros de L. J. Smith.
-Crepúsculo é uma série de filmes inspirada nos livros de Stephenie Meyer.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Enterrado vivo

O título do filme é "Enterrado vivo" (Buried). Uma produção espanhola com um ator americano (Ryan Reynolds) que narra um período de cerca de 2 horas de um motorista americano que fora trabalhar no Iraque.
Essas duras horas são angustiantes, porque são 2 horas de prisão em um caixão, enterrado vivo!
O suspense do filme só não é maior que a questão política presente ali... Paul Conroy, o personagem de Reynolds é uma vítima de sequestro. Os bandidos pedem resgate de 5 milhões de dólares. Paul tem um celular no caixão, pelo qual se comunica com os bandidos e com o Estado americano.
Os EUA parecem querer ajudar, duvidosamente. Os bandidos não estão de brincadeira. Paul diz que não é militar, que está no Iraque trabalhando na reconstrução do país - aquele que os próprios americanos destruíram, replicou o sequestrador.
O governo dos EUA tenta abafar o sequestro. Deixa claro que não é o único, que há e houve outros, sem exposição midiática. Tentam resolver tudo longe dos holofotes e Paul descobre isso da pior forma: vivendo na pele os desmandos do governo americano.
E não apenas do governo. A empresa para a qual Paul trabalha se exime de qualquer responsabilidade com sua vida, dizendo que naquela manhã haviam rompido o contrato de trabalho dele porque ele supostamente tivera um caso com uma colega de trabalho, ferindo cláusulas contratuais - isso faria com que Paul ficasse sem qualquer auxílio no Iraque, ou sem qualquer indenização, seguro etc... É o capitalismo em seu estado mais selvagem, mais devorador de seres humanos. Foda-se o lance de direitos humanos. Foda-se a questão de direitos de trabalhador.
Os EUA são mostrados no filme como aquele que não se importa com seus cidadãos - tão amantes de sua bandeira, tão patriotas. Eles querem apenas dominar, invadir, mandar, matar. Nem que para isso tenham que morrer os próprios americanos "em nome da nação", como ocorreu com os milhares de mortos no 11 de setembro e nas guerras que os EUA insistem em travar...
Bom, o final do filme é a melhor parte, mas essa eu deixo pra vocês saberem vendo o filme!

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