Uma tradução
para aquecer do frio do outono. Uma chuva quente para tirar o sono dos apaixonados.
Uma tradução do inglês. Uma tradução da dor. Um sofrimento a mais e mais um dia
sentindo o coração ofegante como nunca. Não bastasse a doçura da voz da cantora
britânica Adele e a letra da música ‘Set fire to the rain’ que ela canta, ainda
temos a chance e o prazer de ler a tradução poética do querido Carlos Emilio
Faraco (Twitter @carlosemilio). É meio surreal essa música, e fica mais linda na versão em português. Um amor
que me salva da morte, mas que depois se apresenta como mentiroso. Para me
vingar, eu incendeio a chuva para te queimar enquanto eu sofro com mais um
engano. Fiquei apaixonado pela tradução do Carlos, não há expressão melhor que
a dele. O amor e a dor sempre ardem, cada um a seu modo. A paixão é sempre
sofrida. Quem consegue ser forte? Quem não fica fraco diante de uma ilusão
apaixonada? Impossível não se deixar enganar, mesmo quando as mentiras são
desfeitas. Afinal, por pior que você tenha agido, você me salvou em algum
momento. E mesmo me fazendo sofrer, eu continuo te querendo. Mas tenho que
vencer esse querer, porque sua salvação não foi sincera. Você mentiu o tempo
todo e esse amor que eu sinto é real, mas o que você me trouxe, não. A chuva
que quero para você não é apenas a que te molha. É, antes, a que te queima, a
que me vinga da tua crueldade.
Incendiei a
chuva
(tradução de
Carlos Emilio Faraco)
Deixei meu
coração tombar
E você o
deteve na queda, como se fosse seu.
Vagando na
escuridão, eu atingia meus limites,
Quando teus
lábios socorreram minha respiração.
Minhas mãos?
Ah, estavam fortes,
Mas com elas
não rimava a frouxidão dos meus joelhos
E eu não pude
evitar
De
reverenciar teus pés.
Vassalo, não
decifrei
O teu lado
obscuro, escuro, duro:
Era mentira,
engano, logro.
E os jogos,
com cartas marcadas,
Você vencia
sempre e sempre...
Mas eu
incendiei a chuva
E fiquei
olhando ela fagulhar teu rosto.
E ela
queimava enquanto eu chorava,
Pois eu ouvia
gritos líquidos
Clamando teu
nome, teu nome.
Quando me
deito com você,
Posso me
liquefazer ao teu lado,
Cerrar os olhos,
Sentir- te
onipresente:
Nada pode ser
melhor
Do que eu
somado a você.
Vassalo, não
decifrei
O teu lado
obscuro, escuro, duro:
Tudo o que
você disse
Era mentira,
engano, logro.
E os jogos,
com cartas marcadas,
Você vencia
sempre e sempre...
Mas eu incendiei
a chuva
E fiquei
olhando ela fagulhar teu rosto.
E ela
queimava enquanto eu chorava,
Pois eu ouvia
gritos líquidos
Clamando teu
nome, teu nome.
Eu incendiei
a chuva
Enquanto algo
queimava para sempre
Pois eu sabia
que era a última vez,
A última vez.
Às vezes eu
acordo ajoelhado na porta.
Aquele
coração que você aparou, ainda espera por você.
E mesmo
agora, depois do ponto final,
Eu não
consigo não te procurar.
Mas eu
incendiei a chuva
E fiquei
olhando ela fagulhar teu rosto.
E ela
queimava enquanto eu chorava,
Pois eu ouvia
gritos líquidos
Clamando teu
nome, teu nome.
Eu incendiei
a chuva
E nos
enlaçamos nas chamas,
Enquanto algo
queimava para sempre
Pois eu sabia
que era a última vez,
A última vez.
A última vez.
Oh!
Deixa molhar,
Deixa arder,
Deixa queimar.
Obrigado, William!!!!
ResponderExcluirParabens , Carlos, são poucas as pessoas sensíveis ,q conseguem se exprimir tão encantadoramente. Beijo ana
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