sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Amor com café

Este post é uma homenagem que presto à minha sempre amiga/companheira de café Daniela Paula. A Dani me ensinou a tomar café acompanhado de um bom papo. Antes disso, me ensinou a ler jornal (como realmente deve ser lido), como nunca antes li. A mocinha de laço de fita na cabeça é linda, tem um coração bondoso, sofredor como o meu, é sincera, rói unhas compulsivamente e é muito inteligente. A você, Dani, todo meu carinho, meu amor e minha amizade.

Amor com café:


Iríamos tomar um café. Se eu tivesse tempo pra você. Recordar aqueles momentos no Café. Reviver aquilo tudo, com o aroma do café. Mas eu não posso mais fazer isso. Não te quero mais. Nem com café. Nem no Café. Do Lado. Do Feirante. As nossas conversas eram longas, eu sei, quase intermináveis. No Café. Eu adorava aquelas conversas. Aqueles olhares cheios de brilho, de interesse pelo assunto. Na verdade o assunto nascia com o café, até sem necessidade, porque o motivo do Café era o café, com você. O café nos levava ao prazer, à paz, alprazolam natural, sem receita, sem tarja preta, só calmaria. Eram os momentos mais ansiosos do dia: estar contigo, e estar contigo no Café, tomando aquele café... O aroma e o sabor do café eram nossa fonte de vida. Até que um dia você quis terminar nosso amor; porque, sim, no dia em que você me disse que não queria mais tomar café comigo, você rompeu de vez com nossa paz. Você destruiu tudo que construímos. Jogou uma bomba nas minhas tardes. Nas noites. Eu bem te amava. Sim, te amava. Mas com o café. No Café. E voce soube como acabar com tudo: com o amor, com o sabor, com o namoro, que se foi com o fim do café. É isso: não quero mais tomar café contigo, disse você. Mas queria dizer algo a mais: não vamos mais namorar. Não me lembro nem do motivo. Nem faço questão. Você disse que não me queria mais. Ponto. Agora, tanto faz. Você é passado, e eu continuo apaixonado pelo café. Tenho um novo amor, que conheci no Café. E tomamos café no Café. E já nem penso mais em você. Prazer em te ver de novo. Iríamos tomar um café. Se eu tivesse tempo pra você. Mas meu novo amor me espera. Lá no Café.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Felicidade. Clandestina. Imensa

Uma imensa felicidade me invade. Daquela clandestina, que ninguém pode saber. Daquela que me faz sorrir sozinho, bobo-alegre... Eu não poderia dizer jamais, jamais poderia dizer o motivo. É clandestina minha felicidade. É só minha. Exclusiva. Daquelas que podem causar inveja, podem pedir a receita, querer saber o segredo, mas eu não posso entregar isso assim tão fácil. Nem difícil, porque não posso dizer o que é. Nenhuma felicidade é maior do que essa que só eu sei, que só eu sinto, ou tenho. Me encheu de alegria, eu ouço música e canto junto, sozinho, na rua. Dizem que me viram na rua falando sozinho. O fone, disse eu. Estava com o fone. Mesmo se não estivesse, posso falar sozinho se quiser, não?! Conversar comigo mesmo, imaginar umas situações, umas alegrias. Que resposta eu daria naquela entrevista, se estivesse lá? Diria isso, com tanta felicidade, hahaha. Tamém acho. Considero, diria nossa nova presidenta. Ela nunca usa "acho". Reparei isso. Deixa pra lá. Que tenho a ver com o jeito que os outros falam?! Tudo. Todos falamos. De algum modo, ou de outro. Posso observar isso. Com a mão. Com a sobrancelha. Com a boca torta. Sorrindo. Com medo. Todo mundo fala. Eu também, sozinho, estou aqui falando. E rindo, né. Tanta coisa pra fazer, um livro que podia ler. Estou aqui escrevendo. Ou falando sozinho. Quem quer saber? Sozinho, ninguém me ouve. Ninguém me lê. E quem garante que eu diga a verdade? Quem disse que eu quero dizer a verdade? Ou a mentira? Apenas converso comigo mesmo... Com uma imensa felicidade.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Único

Hoje me percebo com os cabelos rebeldes. Esses fios emaranhados quando olho no espelho. Terei eu me esquecido de me pentear antes de sair de casa? Ou estarei eu me vendo de algum outro modo hoje? Como um bagunçado, relaxado, barrigudo, feioso? Como um cara pouco desejado, sem sexy appeal? Devo ser eu um cara tão desinteressante assim, nunca paquerado, sem chance alguma de ser amado e de poder amar. O que deveria eu fazer, então? Ir pra academia, fazer parte da massa que busca um corpo sarado, estar na moda do tanquinho. Ou então eu devo cortar o cabelo curtinho, passar gel, com ares de meninão. Acho que devo parecer um idiota em busca desse algo a mais. Mas não sou um idiota. Acredito que devo parar de pensar nisso dessa forma e me aceitar como eu sou, como eu quero ser. Não preciso estar/ser/parecer como querem que eu esteja/seja/pareça. Devo ser eu mesmo, sendo apenas eu mesmo. Ego. Eu. Meu. Não sou fruto da indústria em série, por que então ser igual aos industrializados? Num mundo de tanto consumo, é difícil verificar minha própria identidade, exatamente por ela dizer respeito ao meu ego, ao meu eu, meu. Não o dos outros. Não o que os outros querem. Não sou industrializado, sou como um obra de arte: único!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Pura covardia...

Não entendo sua covardia. Esse descaso que você parece querer mostrar. Será de verdade? Há algo a mais? Você tem medo? Medo da vida, da morte, do amor, medo da dor da paixão? Você me conquistou, jurou que me queria na sua vida como o personagem daquela música... Você mandou aquela música pra mim. Eu me derreti. Você fugiu... Sumiu! Está fazendo charme? Ou apenas não sabe como dizer que não me quer mais? Não sabe como dizer que foi tudo um engano, que você se confundiu? Não sabe encarar isso? Encarar, cara-a-cara. Não?! Pura covardia...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Minhas amarras

Nada se resolve. O abandono me persegue. Sou prisioneiro de mim mesmo, das minhas necessidades, da minhas carências, das minhas vontades. Queria poder ser livre, ser solto, mas insisto em querer me prender. Insisto que preciso de amarras. E as procuro. E as espero. Mas não as encontro. O que fazer, então? Essas ideias só batem na minha cabeça, só ecoam dentro de mim. Às vezes menos, às vezes mais. Às vezes até me dói a alma. Mas não tem remédio pra dor da alma, tem?

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Adoraria morrer de beijar...

Com um sorriso lindo, eu diria que você é angelical. Mas diria isso enquanto não o visse despido de sua auréola. O anjo fica com a roupa. Sem ela, impera o fogo sensual que se mostra na ardência de tantos beijos, nas marcas de tantas mordidas e nos gemidos quando suspira. Sentir essa língua passeando pela minha pele, pelo meu corpo, é quase como gozar de prazer. A dor de ter os cabelos puxados não é nada ruim perto da sensação de ter meu corpo possuído pelo seu: eu apenas recebo as ordens da sua libido, que se junta à minha! Seus dentes arranhando minha nuca é um sinal: devo contorcer-me pra você saber que eu estou entregue. Se com os dentes faz meu corpo agir assim, a alma não age diferente: meu pensamento está ali, desligado do mundo e ligado naquele momento. A meia-luz cria um clima sensual, de vontades carnais. Seu perfume marca o encontro, o modo como vou te reconhecer quando estiver se aproximando... Beijos incansáveis, que tiram o fôlego, mas que devem ser logo retomados, porque a distância das nossas línguas não deve durar mais do que uma tomada de ar - mais tempo que isso não posso sobreviver! Melhor que isso seria você sugar de mim todo meu ar, assim não precisaria se distanciar. Adoraria morrer de beijar... Adoraria morrer de beijar...

Páginas