terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Felicidade. Clandestina. Imensa

Uma imensa felicidade me invade. Daquela clandestina, que ninguém pode saber. Daquela que me faz sorrir sozinho, bobo-alegre... Eu não poderia dizer jamais, jamais poderia dizer o motivo. É clandestina minha felicidade. É só minha. Exclusiva. Daquelas que podem causar inveja, podem pedir a receita, querer saber o segredo, mas eu não posso entregar isso assim tão fácil. Nem difícil, porque não posso dizer o que é. Nenhuma felicidade é maior do que essa que só eu sei, que só eu sinto, ou tenho. Me encheu de alegria, eu ouço música e canto junto, sozinho, na rua. Dizem que me viram na rua falando sozinho. O fone, disse eu. Estava com o fone. Mesmo se não estivesse, posso falar sozinho se quiser, não?! Conversar comigo mesmo, imaginar umas situações, umas alegrias. Que resposta eu daria naquela entrevista, se estivesse lá? Diria isso, com tanta felicidade, hahaha. Tamém acho. Considero, diria nossa nova presidenta. Ela nunca usa "acho". Reparei isso. Deixa pra lá. Que tenho a ver com o jeito que os outros falam?! Tudo. Todos falamos. De algum modo, ou de outro. Posso observar isso. Com a mão. Com a sobrancelha. Com a boca torta. Sorrindo. Com medo. Todo mundo fala. Eu também, sozinho, estou aqui falando. E rindo, né. Tanta coisa pra fazer, um livro que podia ler. Estou aqui escrevendo. Ou falando sozinho. Quem quer saber? Sozinho, ninguém me ouve. Ninguém me lê. E quem garante que eu diga a verdade? Quem disse que eu quero dizer a verdade? Ou a mentira? Apenas converso comigo mesmo... Com uma imensa felicidade.

2 comentários:

  1. Lindo texto, principalmente porque não explica o motivo da felicidade, aliás deveria ser sempre assim, sem motivo, sem condições, uma coisa que vem de dentro, só de você...bisou..Isa

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  2. Acho q felicidade não passa de uma utopia que nos permite continuar vivos. Se a gte se entrega e não acharmos q seremos felizes algum dia, a vida nem fará sentido.
    Felicidade utópica clandestina.

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