sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A Juventude é agora

Muito se fala em participação popular nos governos, em representação da sociedade civil. Mas será que o muito que se fala é suficiente para que se saiba o que isso significa?
Acompanhamos, no ano de 2011, a chamada pelo Governo Federal da II Conferência Nacional de Juventude, que foi um espaço de debates e onde surgiram propostas de políticas públicas para esse segmento. O processo de conferência começou nos municípios, depois passou pela fase estadual e, por último, as propostas foram levadas a nível federal. A partir daí, vão guiar as ações governamentais a nível nacional.
Durante o processo de conferência municipal, também conseguimos discutir projetos a serem implementados pelo governo local, além de podermos eleger o Conselho Municipal da Juventude, que é formado por membros da sociedade civil e por representantes do Poder Público Municipal. Nesse espaço, os cidadãos temos o poder de participar das discussões e da implementação de projetos e políticas públicas para a juventude que serão desenvolvidos no âmbito municipal, por meio da Secretaria da Juventude. Mas não apenas isso.
O Conselho também lida com questões da Juventude que envolvem promoção da saúde, propostas que contemplem os jovens em vulnerabilidade social, questões relativas a preconceito e discriminação de jovens em suas diversas diferenças sociais, econômicas, sexuais e raciais. Esse trabalho, por ser complexo, exige articulação dos conselheiros, da Secretaria da Juventude e de outros órgãos municipais, estaduais e federais, além do apoio fundamental de outros setores da sociedade civil, ONGs, associações e entidades religiosas que já trabalham com a questão da juventude em diferentes aspectos.
Embora esse Conselho seja o segundo eleito no município de Marília, é o primeiro formalizado e, por isso, o primeiro capaz de se articular com outros setores. Além disso, teremos a oportunidade de propor a criação do Fundo Municipal da Juventude, o que efetivará a importância do trabalho do Conselho na nossa cidade, já que conseguiremos obter recursos legais para a execução de serviços para os jovens pelo próprio Conselho, além de apoiar projetos da Secretaria Municipal da Juventude.
Enquanto o mundo vive uma crise neoliberal, gerada pelo próprio sistema neoliberal, cujo principal ideal é a menor presença possível do Estado na vida das pessoas, vivemos uma situação de fortalecimento do Poder Público Municipal, que começou com a criação da Secretaria Municipal da Juventude e agora chega à discussão do Fundo próprio, após a formalização do Conselho. Na contramão, a Inglaterra, por exemplo, fecha centros comunitários que desenvolvem trabalhos para jovens carentes, deixando-os à mercê da vulnerabilidade e da violência. Enquanto o Velho Mundo diz para os jovens que eles devem “se virar”, nós, no interior do Novo Mundo, mandamos um recado aos governantes de todo o planeta: a jventude não tem que ser vista como o futuro das nações, mas como o presente, e por isso precisa ser valorizada e receber todo o apoio do Poder Público. Dizer que os jovens são o futuro é querer varrer para debaixo do tapete essa questão, é deixar sempre para o próximo governante resolver isso. Não haverá futuro para os jovens que não conseguirem sobreviver ao agora.

William César Ramos Lima
Membro do Conselho Municipal da Juventude de Marília-SP

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