quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Que falem os hipócritas

Eu sei o que pensam, eu escuto o que falam, eu imagino o ódio que sentem. Eles se referem sempre em terceira pessoa para falar "deles", "daquelas pessoas", "daqueles uns", quando eu estou bem na frente deles, representando com toda minha humanidade o que imaginam que seja um extraterrestre, um ser diferente de todos, um ser anormal ou um não-ser. É preciso passar a vida provando ser bom para mostrar que se é normal, que se é humano, que se tem emoção, que o coração também sente, que a alma também se ressente às vezes, que os defeitos são comuns a todos nós igualmente. Eles, os hipócritas, falam de valores, falam de moral, dizem que a família está sofrendo com a pouca-vergonha, mas são eles, os hipócritas, que abandonam seus filhos, que não pagam pensão, ou, talvez pior, pagam uma pensão mas não provêm o afeto a seus filhos, que se transformam, esses sim, nos problemas sociais pela falta de amor, por não terem conhecido os valores de uma família que seus pais lhes negaram.

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